Estava internada há semanas no hospital quando certo dia deparei-me com algo inegável: Até então eu era autossuficiente em todas as coisas da minha vida: era eu que resolvia e controlava tudo o que dizia respeito à minha pessoa. (Nada mais natural, pois desta forma havia sido criada) Mas desde então viera Deus a me mostrar que não era eu exatamente a autoridade máxima da minha vida, mas Ele. Ele era a Autoridade Suprema Sobre Todas as Coisas e também deveria ser sobre as minhas. Senti-me confusa, afinal, como poderia eu manter minha autossuficiência e ao mesmo submeter tudo de mim a Deus? Não havia como. Ademais, supus que submetendo meu tudo a Deus viraria uma daquelas pessoas sem autonomia que a vida lança de um lado para o outro ao sabor das circunstâncias ... E como é que se vive no mundo desta maneira? Aqueles pensamentos eram muito sérios e logicamente que, além de me confundirem, me assustaram. Eu não possuía nenhuma referência humana de como seria viver submetendo minhas coisas a Deus. Pensei na maioria das pessoas (naquela velha conduta de nos comparar aos demais para deles tirar nossa referência) e todas as que conhecia também se colocavam na vida de forma autossuficiente - nada de se surpreender pois todas haviam sido criadas para isso. Compreendi então que era exatamente pelo fato de se acharem autossuficientes que as pessoas se encontravam tão afastadas de Deus. Afinal, para quê se precisaria de Deus quando já se é o próprio deus de si mesmo? Percebi o quanto somos criados culturalmente pela sociedade para servirmos ao mundo e não a Deus. E o que acontece depois? Quando menos se espera vem a vida e mostra para a pessoa que ela na verdade não controla aquilo tudo que achava que controlava. O mundo despenca sobre sua cabeça e a pessoa submerge num mar de sofrimentos. E isto simplesmente porque se estava na verdade vivendo uma ilusão de si mesmo e de Deus e quem lhe batia forte era a realidade: a realidade de que Deus é Tudo e que cada um sem Ele é nada. E tudo apenas para que as peças possam voltar a se reencaixar. Deus tirou de mim o engano da autossuficiência para que compreendesse que a Ele devo submeter todas as questões da minha vida. E, antes que se possa pensar, isto não me tornou uma pessoa relaxada, muito pelo contrário: ajustou-me para realizar as minhas coisas sempre com o olhar fixo Nele, em seus Desígnios e Vontade e colocando da minha parte primor e responsabilidade. Ao passar a me conduzir desta forma notei que comecei a diferir das pessoas com quem convivia e isto desencadeou em mim forte sofrimento. Isto se devia ao fato de eu haver escolhido o caminho do Senhor, enquanto eles não.
Esta mudança em meu interior somente foi possível porque fui dócil a Deus Lhe permitindo e abrindo espaço. Porque para renascer para o novo é preciso morrer para o velho. Porque para renascer para Deus é preciso morrer para o mundo. “Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto.” (João 12.24).
A caminhada para Deus é toda uma renovação de paradigmas. --- Do Livro: Renascimento e Vida em Cristo
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