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DIÁRIO ESPIRITUAL DE 20/09/2019:

 

(Genesis, Cap. 30)

Senti-me muito mal com esta leitura, pois há inúmeros pensamentos e intenções perversas entre os personagens. As mulheres de Jacó, irmãs de um mesmo pai, disputam entre si quem haverá de dar-lhe mais filhos, cultivando entre elas rixa, ódio, competição, sentimento de vingança e rancor. E Jacó, da descendência de Noé e Abraão e a quem Deus prometera a posteridade, ao trabalhar por 14 anos para o sogro fizera um rebanho para si mais vistoso e vigoroso deixando o menos viril para o sogro.

Sentimentos mesquinhos e mundanos! Após ler fui tomada de grave desconforto e sensação de intoxicação. Meu espírito definitivamente não desejava mais pactuar com tais mazelas humanas, repelindo-as fortemente, desejando transcender para a pureza e o amor. Numa fração de segundos meu espírito rejubilou por haver encontrado o caminho da purificação! Quanto àqueles personagens nada via do amor, do respeito, da resignação, da humildade, da renúncia e do desprendimento material que eu buscaria atuar em situação semelhante, mas deslizes. E Deus ainda assim os abençoava a todos, porque somente Ele é Bom e Casto.

Quantas misérias e mazelas Deus há de tolerar e suportar em suas criaturas enquanto estas realizam seus processos evolutivos!

Abençoai-nos, Senhor, porque somos todos humanos fracos, frágeis e miseráveis. Somente sabemos ofender-Vos com nossas misérias, mas é porque devemos antes vivê-las para um dia conseguirmos estar despertos para expurgá-las de nossas vidas. O Senhor assim me revela sua missão junto a nós de tolerar e sustentar pacientemente as nossas mazelas enquanto realizamos o nosso longo processo evolutivo obedecendo à Lei do Progresso, cientes ou não, e despertos ou não para vossa magnânima Presença a nos acompanhar e reger!

Obrigada, meu Senhor, por revelar a mim vossa magnânima missão junto a nós, vosso criado, e que eu possa, Senhor, dentro da minha miserável condição e fraqueza, procurar imitar-Vos em algum grau em vossa tolerância e paciência infinita com nossos processos evolutivos, realizando-as junto aos processos evolutivos dos meus irmãos.

***

Queridos irmãos espirituais, não sei exatamente como quereis que eu transmita essas compreensões magnânimas de alcance tão profundo ao aprimoramento espiritual. Se no livro que estava a escrever (Renascimento e Vida em Cristo) ou neste. Aliás, já temos um nome para este?

É porque jamais desejaria reter estas compreensões por comprovar a joia poderosa que encerra ao me fazer reconhecer que todas as almas já se encontram salvas pelo sangue e pela crucifixão de Jesus Cristo*, mas que cada uma se encontra numa etapa de seus processos evolutivos e numa fase específica do mesmo, chamando-me ao exercício com cada uma delas individualmente da paciência, do amor e da caridade.

É esse o desejo do meu coração e coloco-me desde já à disposição para escrevê-lo por aqui ou pelo outro livro. Acima de tudo, abro-me aos esclarecimentos sem nada pretender impor por mim mesma para esta obra que não é minha.

Saudações querida irmã em Cristo Jesus, sua postura humilde e desprovida de qualquer interesse pessoal é importante requisito para que esta obra reflita os verdadeiros desígnios dos Céus para todas as criaturas. Felicitamo-nos porque queira escrever sobre um assunto de tão profundo alcance para a transformação das almas aqui reunidas na Terra no grande movimento de ascender até o Céu.

Tens a permissão de através deste, escrever dando aos leitores a abertura de consciência que somente é possível alcançar por meio das verdades espíritas. Vossos leitores te acompanharão por meio deste livro que também abrangerá todas as riquezas que dizem respeito ao Nosso Senhor Jesus Cristo à luz do espiritismo renovador de suas almas. Fazes bem em se colocardes à disposição.

Como vês, seu trabalho requer dedicação, meditação, realização e recolhimento para que possas trabalhar estas profundas verdades dentro de você e colocá-las no papel. Podeis contar conosco neste sentido.

Quanto a ti, querida irmã, continue colocando-te em sacrifício por amor aos demais, pois este é o caminho até o conhecimento de Deus em todos os tempos. Não há outro. Segue firme em sua marcha e que Deus continue te abençoando.

Estamos finalizados por hoje?

Sim. Mas podeis perguntar.

Já temos um título para este livro?

Podeis chamá-lo por agora de ‘Realidades Espíritas’.

 

Deverei suspender a escrita do outro livro (‘Renascimento e Vida em Cristo’) temporariamente? Pois os assuntos que estamos tratando neste não se encaixam facilmente no outro.

Deveis aguardar que iremos te informar quando deveis retornar ao outro.

Devo me dedicar a este a partir de agora tal como vinha me dedicando ao outro? Digo, com a mesma liberdade de escrever o que se passa comigo e o que estou a aprender em Deus e com vocês?

Sim, deves retomar a partir de agora o que vinhas escrevendo naquele outro, neste, com a liberdade da exposição dos assuntos espíritas.

Não devo repetir os assuntos em ambos, correto?

Não. Deixe que seus leitores se deem ao trabalho de reunir as informações que estão neles. 

Que belo vai ser a confecção e o conteúdo deste livro. Que em tudo Nosso Senhor seja louvado e exaltado acima de todas as criaturas. 

Deveis seguir a marcha sem demorar-se muito tempo em cada coisa e sem interrompê-la, pois, como se faz perceber, você ainda tem muito pela frente para viver e escrever.

Obrigada, queridos irmãos em luz, posso transcrever este diálogo ou devo retê-lo para mim?

Podeis abrir este relacionamento com o mundo superior aos vossos leitores, não há nada o que temer.

Eu particularmente acho até mais interessante.

E o é.  Que as bênçãos do Deus todo poderoso em Nosso Senhor Jesus Cristo continue abençoando vossos trabalhos hoje e sempre. Amém.

É me permitido transcrever a mensagem recebida de Jesus?

Sim, querida irmã, Deus lhe há autorizado. Podeis ficar despreocupada em relação a isso. O Senhor falará a você através deste livro enriquecendo os leitores de ricas graças.

Que Deus me abençoe.

Ele já está vos abençoando.

Amém.

Nota de rodapé:

* ‘Que todas as almas já se encontram salvas pelo sangue e pela crucifixão de Jesus Cristo’, minha compreensão: Deus nos concebeu originariamente espíritos ignorantes e brutos, mas nos dotou de todos os recursos interiores para ascendermos pelo caminho da evolução. É como se houvesse feito a primeira parte  inserindo dentro de nós a centelha divina que nos guiaria para que, por nós mesmos, completássemos a segunda parte, que é evoluirmos até os elevados matizes de santidade. Para tanto, confiou-nos a Jesus, espírito de elevadíssima envergadura, o maior dos seus  filhos, para nos reger ao longo dos nossos processos evolutivos até nos entregar de volta aos braços Daquele que nos criou, em condições largamente mais puras. De modo que compomos a obra de consagração que Jesus está a consagrar ao Pai. Deus então enviou Jesus ao planeta Terra, como parte de sua missão, para que se tornasse por nós conhecido e nos revelasse o caminho até Deus, dizendo que ‘não havia outro caminho até o Pai senão através Dele’; que ‘Ele era a porta pela qual todos deveriam chegar até o Pai’ e que por isso era ‘o caminho, a verdade e a vida’. Ao encarnar no planeta Terra e apresentar-se ao mundo, sofrendo os ultrajes e ofensas dos pecados humanos, morrendo na cruz e ressuscitando aos Céus, Jesus alcançou no altar do Pai a graça da nossa salvação através Dele, ou seja, por suas mãos. Por isso, independente de já estarmos ou não despertos para a realidade que é Nosso Senhor Jesus Cristo, nossas almas JÁ estão a ele entregues e JÁ se encontram salvas pelo seu precioso sangue derramado, cabendo apenas a cada um de nós o despertar certeiro para Lhe darmos nossas mãos para sermos por Ele conduzidos. Enquanto estamos alheios para a realidade da vida em Deus que existe, transcende e jaz em Cristo, somos como que mortos por ainda ter a Ele os olhos fechados. Mas quando O reconhecemos como Filho Primogênito de Deus em todo esplendor de sua glória a nos guiar até o Pai, nos despertamos da morte profunda para ressuscitarmos, em espírito, junto com Ele para a vida em Deus através Dele. 

ENFIM A LIBERDADE DE ME EXPRESSAR

Foi com muita alegria que recebi a notícia de que por meio deste livro poderia  finalmente me expressar com liberdade em torno dos conhecimentos espíritas. Por diversos momentos quisera haver expressado desta forma no outro livro (bem sabia Deus!) e como era interessante comprovar como que o próprio Céu conseguira resolver equacionando a delicada situação. Apesar de curiosa quanto à fórmula, me mantive em estado de abandono a Deus, confiando e obedecendo, até que eles mesmo o fizeram.   

OS MORADORES DE RUA NUMA VISÃO ESPÍRITA EM CRISTO

Na mensagem de 27 de março de 2002 do livro A Verdadeira Vida em Deus, Jesus diz:  *“...Levanta os oprimidos e ajuda os órfãos; protege-Me,  resgata-Me da sarjeta, abriga-Me e alimenta-Me, alivia Meu fardo e Minha fadiga, apoia-Me e encoraja-Me, mas, acima de tudo, ama-Me; tudo o que fazes ao menor de Meus irmãos, tu o fazes a Mim....”*

 

O que desejo expressar é o quanto o contato com moradores de rua estava me ensinando a respeitar cada um individualmente segundo a fase evolutiva em que encontram e suas necessidades evolutivas para esta vida.

Antes o olhar que tinha para eles era segundo suas condições físicas e minhas crenças inculcadas (que os julgavam preguiçosos, que eu não podia dar dinheiro, que eles não ‘querem nada com a vida’, gerando-me descaso total pela suas condições) e o quanto me aproximar deles estava fazendo-me palpar que ali estava uma alma de Jesus, que tinha sua história de vida nesta e de vidas passadas, e que merecia antes de tudo meu respeito e não um julgamento precipitado e raso embasado nas suas condições físicas momentâneas*.

Que, ademais, ali estava uma alma de Jesus a ser trabalhada e lapidada pelo seu Pincel através das durezas da provação e que estes irmãos necessitavam de mim, do meu interesse por eles, do respeito e acolhimento que pudesse oferecer-lhes. Que, independentemente de estarem em vícios e pecados, todos nós também temos ou já estivemos, e que não deveria ser jamais motivo para repreendê-los *.

Quantos deles estão no vício do cigarro e da bebida também por influência espiritual, e quem era eu para julgá-los em relação ao vício se eu mesma lutara durante anos para me libertar?

A olhar mais profundo para estas almas, abarcando a provável bagagem espiritual que trazem para esta vida e de vidas passadas de acertos e desacertos, dores e sofrimentos dentro da perspectiva da própria redenção, me tornava uma alma muitíssimo mais respeitosa, tolerante, paciente e compassiva em relação à suas condições física e espiritual. E isto mudava substancialmente minha forma de conduzir os passos juntos a estes irmãos.

Como a obra que Deus realiza dentro de nós não deve se circunscrever a apenas determinado aspecto, a salutar mudança que percebia em meu olhar e coração se expandiu para os irmãos em condições as mais diversas, no sentido de compreender e perdoar um pecador no instante mesmo que pecava. No sentido de compreender que o sofrimento e a aflição também é pincel lapidador para o espírito imortal, e que merece de mim o respeito e a caridade.

Eram transformações em meu interior que me chamavam à responsabilização e atuação à altura destas grandes revelações a mim oferecidas. (Muito será cobrado a quem muito foi confiado)

O respeito e a caridade, a paciência e tolerância minha para com todas as almas independente da condição em que se encontrassem, fosse em pecado, erro, desvio ou sofrimento, compreendia estar mais próxima do olhar e do coração do meu Senhor para com suas almas. Assim, não havia motivo para me esquivar ou virar o rosto, senão abraçar a todas naquilo que podia e que era justo que recebessem, com meu coração em união a Cristo.

São estas as transformações que Jesus Cristo faz em nossa vida interior que requer comprometimento e boa vontade para levá-las adiante.

Nota de rodapé:

*Em minhas vidas passadas vi de tudo, já fui tudo e cometi todos tipos de infrações e pecados, todos passamos por uma série de experiências diferentes e dolorosas que nos faz passar pelos aprendizados e crivo evolutivo. Tudo que julgamos nos outros também somos ou tivemos. O olhar ao nosso irmão nos devolve ao olhar sobre nós mesmos.

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